1- Amamentação é um comportamento que precisa ser aprendido por ambos, mãe e bebê. Mesmo quando nossos bebês nascem com um forte instinto de sucção, as baixíssimas taxas de amamentação exibidas em vários países, deixam cada vez mais evidente que amamentar não é automático, é preciso um processo de aprendizado que é mediado pelas informações e experiências às quais cada mulher teve acesso durante sua vida toda. Se encararmos a amamentação como um comportamento natural que precisa ser aprendido, ficamos menos suscetíveis a nos acharmos defeituosas por não conseguir fazer tudo perfeito desde o começo, e, é claro, será mais fácil procurar e aceitar a ajuda. Ninguém nasce sabendo, é preciso receber orientação (correta) e muita prática para conseguir fazer direito.
2- Amamentar corretamente não dói, se há dor em qualquer momento da amamentação é porque tem alguma coisa errada que precisa ser corrigida. Nos primeiros dias o mais comum é que os ferimentos e a dor mamilar sejam consequência da pega errada do seio. Nesse caso é preciso tentar corrigir a pega como seja. Muitas mulheres falam que amamentar sempre dói no começo e que a dor depois passa. É verdade, isto acontece porque assim que os problemas de pega errada são corrigidos o peito pode sarar e o ferimento não volta graças a ter finalmente acertado a pega. Mas se nada é feito para acertar a pega, ela não vai se corrigir sozinha, é preciso agir! Se não é possível corrigir o problema sozinha, procure ajuda. Hoje existem profissionais que orientam as mães com dificuldades em qualquer momento da lactância materna, desde o estabelecimento inicial até o desmame final.
3- Amamentação também é vínculo emocional. Nem sempre que seu bebê solicitar o peito vai ser fome. Ao ser amamentado, seu bebê recebe conforto, segurança e proteção, e assim consegue se acalmar e adormecer. A livre demanda é essencial! Ela não apenas garante a satisfação das necessidades nutricionais do bebê, também garante a satisfação de todas suas necessidades emocionais. Por isso, ter o peito cheio e vazando o tempo todo não pode ser um objetivo da mãe que amamenta. Nem sempre que o bebê pede para mamar quer leite em grandes quantidades, algumas vezes uma mamada no peito bem “murchinho” é mais eficiente para acalmar e adormecer o bebê do que aquela mamada no peito que jorra leite materno só de encostar a boca.
Como funciona a consultoria e amamentação Mães com Ciência?
A consultoria de amamentação consiste de um encontro de pouco mais de uma hora, para não deixar esgotado o bebê, nele se avalia a técnica, manejo da amamentação e as condutas que possam estar interferindo no processo de lactância materna. A abordagem que usada é “hands off”, evitando ao máximo a intervenção direta, orientando de forma que a mãe seja capaz de fazer sozinha depois. Após a consulta há um acompanhamento de três semanas para verificar que a amamentação seja bem estabelecida, caso necessário pode ser solicitado um retorno. A consulta pode ser domiciliar ou no plantão no Spaço Mãe bebê que acontece na tarde de quinta- feira a partir das 13:30.
Por Zioneth Garcia
Dra. Ciências Biológicas
Consultora de amamentação, orientadora materna
www.maescomciencia.com